Anotações sobre “Primeiros versos”, de Genézio Tadeu da Silva

Nilo da Silva Lima Mestre em Teoria da Literatura                 Ao concluir minha leitura inaugural do livro Primeiros versos (2021), de Genézio Tadeu da Silva, vem-me à memoria um fragmento de uma carta do crítico literário, Alceu Amoroso Lima (1893-1983), manuscrita, em folha específica de correspondência, para o poeta Oranice Franco (1919-1999), cujo original consta […]

O maior caçador do mundo

Em celebração dos 90 anos de meu pai – Sebastião Matildes da Silva, em gratidão à vida e à aprendizagem gratuita, renhida, por vezes, poética, por vezes, árdua da vida. Na manhã morna de agosto, acompanho meu pai numa caçada pela capoeira dos Giardini em Urucânia. A noite mal dormida, atribulada por tenteios de assombração […]

Aída

Nilo da Silva Lima A Fernando Trueba e Aída Folch Há alguns anos, bateu no governo uma espécide de dor na consciência, febre ou remorso social, sei lá. E ele saiu pelas cidades, espalhando inúmeras academias ao ar livre, com o objetivo de proprocionar e incentivar a prática de exercícios físicos, tendo em vista a […]

PAIXÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA

    (Para Regina, Hiara, Nina, Claudinéa e para o jovem casal apaixonado, com o pedido de desculpa pela apropriação indébita da história)       Há uns três dias que acabei, indiretamente, ouvindo uma história pela metade. Aliás, fragmentos de uma história que, a princípio, recusei ouvir. Apesar de recomendações pra que ouvisse. “Você […]

Camélia de carne e papel

Nilo da Silva Lima Mestre em Teoria da Literatura   Camélias em mim (2019), de Isis Valverde (1987), antes de tudo, despertou a minha curiosidade, não por se tratar a poeta de uma atriz conhecida, nacionalmente, pela carreira de atriz, nem por se tratar de um pessoa pública, famosa, também, por sua beleza física, mas […]

abordagens do avesso

  sempre tive certo fascínio pelo avesso Tereza brigava comigo porque vivia puxando os bordados pelo avesso da linha por onde ninguém lê eu queria saber do mundo escondido atrás daquilo que meus olhos viam a hora por trás do  ponteiros do relógio o azul detrás do pôr do sol os céus atrás do voo […]

Mais uma variação do mesmo poema

    Quando nasci um anjo de asas de bronze tomadas por zinabre velava minha insônia de uma cantoneira na sala sombria onde disputava espaço com um rádio rabugento chiando, engasgado a ondas sonoras sob um pano quadriculado em crochê, empoeirado e com um relógio de parede pingando o tempo que imitava a torneira da […]

O poema

o poema enfim assenta ao corpo todos os meus pecados, voo livre pro peso dos desejos que encharcam as asas dos anjos   há os céus e a cidade da menina que adora os livros que recitam o corpo dela pelas ruas   e ele recende mais do que as hastes de rosmaninho